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quarta-feira, 11 de março de 2009
Este blog se mudou
Postado por Fernando N. Duarte 5 comentários
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Eugene’s trick bag – Cordas soltas em mudança de posição
Tocar no bandolim peças feitas para outros intrumentos é sempre um ótimo exercício. Ao nos depararmos com situações diferentes das usuais somos obrigados a visualizar novos caminhos e possibilidades. Seja em relação a digitação, extensão, voicings de acordes, ou qualquer outro elemento.
Eugene’s trick bag é parte da trilha sonora do filme A Encruzilhada, e é tocada no duelo entre Ralph “Karate Kid” Macchio e o protegido do Diabo (interpretado por Steve Vai, que gravou as duas partes de guitarra). Já foi dito que a peça que é uma mistura de um capriccio de Paganini, um estudo de Villa-Lobos e mais alguma contribuição do guitarrista. Fiquei então à vontade para me basear livremente em um trecho do início da música para este exercício.
A seqüência simples de arpejos deixa claro como usar cordas soltas nos saltos de posição facilita arpejos de grande extensão. Claro que existem outras possibilidades de digitação, mas fica o registro da idéia. (Clique na figura para ampliar)
Mais Eugene's Trick Bag:
- Steve Vai e Ralph Macchio no filme A Encruzilhada
Postado por Fernando N. Duarte 3 comentários
Marcadores: arpejos, corda solta, eugene's trick bag, exercício, steve vai
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Bandolim: roqueiro, jazzista, erudito, indiano...
Estou disponibilizando uma coletânea de faixas de bandolim em contextos diferentes do choro/semelhantes que estamos acostumados a ouvir. Fiz esta seleção para meus alunos, para se familiarizarem com outros usos do instrumento, mas como este tem sido um assunto freqüente em comunidades de bandolinistas, achei que mais gente poderia se interessar. Quero deixar bem claro que meu único fim foi didático, e fiz questão de gravar apenas uma faixa de cada artista exatamente para incitar a curiosidade e estimular os interessados a procurarem conhecer mais.
Em breve falaremos aqui no blog de algumas das bandas ou artista relacionados.
A lista das músicas:
- Bill Monroe - Turkey in the straw (bandolim: Bill Monroe)
- Homer and Jethro - Take the A train (bandolim: Jethro Burns)
- Jazz Mandolin Project - Jungle Tango (bandolim: Jamie Masefield)
- Jethro Tull - A Christmas Song (bandolim: Ian Anderson)
- Led Zeppelin - The Battle of Evermore (bandolins: John Paul Jones, Jimmy Page)
- Legião Urbana - Vinte e nove (bandolim: Dado Villa-Lobos)
- Marilynn Mair & Friends - Primeiro movimento do Concerto para bandolim em Dó Maior, de Vivaldi (bandolim: Marilynn Mair)
- Maestro Alex Gregory - Variations on the devil's tricks (bandolim elétrico: Alex Gregory)
- Nelson Gonçalves - Meu vício é você (bandolim: Jacob do Bandolim)
- Oswaldo Montenegro - Bandolins (bandolim: Joel Nascimento)
- Paul McCartney - Dance tonight (bandolim: Paul McCartney)
- REM - Losing my religion (bandolim: Peter Buck)
- Rolling Stones - Sweet Virginia (bandolim: Ry Cooder)
- Shrinivas Mandolin Duo - Yaaro Ivar Yaaro (bandolim elétrico: U. Shirinivas)
- Stephanne Grappelli e David Grisman - Satin doll (bandolim: David Grisman, bandolim elétrico: Tiny Moore)
- Sub-versão - Marcha da revolução (bandolim: Hamilton de Holanda)
- Tema do Poderoso Chefão (bandolim: Laurindo de Almeida)
- Yank Rachell – Cigarette blues (bandolim: Yank Rachell)
- Zélia Duncan - Dream a little dream of me (bandolim: Hamilton de Holanda)
O link para o download é: http://rapidshare.com/files/114866207/bandolim_diversos.rar.html
P.S. : existem várias referências sobre Laurindo de Almeida ser o bandolinista que toca o tema do Poderoso Chefão, inclusive no recente documentário “Laurindo de Almeida, muito prazer”. No entanto nunca consegui achar isso numa fonte “oficial” (capa de disco, site de gravadora, etc). Se alguém puder confirmar ou derrubar esta história, por favor comunique.
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sexta-feira, 18 de abril de 2008
Espantosa simetria: dominantes substitutos
Dominante substituto é o acorde maior com sétima que tem o mesmo trítono (intervalo de três tons que causa a tensão) de outro dominante e, portanto, pode exercer a mesma função. Está localizado um semitom acima do acorde alvo. (Clique na figura para visualizar).
O trítono (intervalo que os dois dominantes têm em comum) divide exatamente no meio a oitava. No círculo das quintas é possível achar duas notas separadas por esse intervalo simplesmente traçando uma linha reta no círculo (mais detalhes no já citado artigo As geometrias do sistema tonal e o mágico mundo do círculo das quintas , de Turi Collura).
Também as fundamentais dos acordes dominantes que têm o mesmo trítono estão a três tons de distância. Como no exemplo acima, Sol está a três tons de Réb.
A tensão mais característica do dominante substituto é a quarta aumentada, cifrada como #11. Como essa nota cria um semitom com a quinta, uma boa pedida é substituir a quinta pelo #11. Bom para nós bandolinistas, que temos um acorde apenas com quatro notas: tônica, terça maior, quarta aumentada e sétima menor. Seguindo sempre nossa regra de economia de movimentos e notas no bandolim, o interessante é perceber que um mesmo modelo serve para dois acordes simétricos, pois as notas são exatamente as mesmas.
G7(#11): Sol Si Do# Fá
Db7(#11): Réb Fá Sol Dób
Veja a aplicação no exemplo abaixo: (Clique na figura para visualizar).
O uso de notas além das da tétrade possibilita um enriquecimento da harmonia e abre possibilidades de conduções de vozes diferentes no bandolim. Em posts futuros falaremos sobre como formas práticas de usar as extensões dos acordes no bandolim, mas já ficam aqui alguns exemplos de como “envenenar” uma harmonia. Tente substituir uma passagem de IIm5 V7 I7M por alguma das sugestões abaixo e veja o resultado.
(Clique na figura para visualizar).
Postado por Fernando N. Duarte 3 comentários
Marcadores: acorde, dominante substituto, simetria
sexta-feira, 14 de março de 2008
Kind of blue: Freddie Freeloader
Voltamos a falar do Kind of Blue e do gênio de Miles Davis. Certamente a faixa menos melancólica e reflexiva do álbum, Freddie Freeloader é uma homenagem a um “malandro” nova-iorquino amigo dos músicos. Apoiados numa estrutura de blues com abordagem jazzística, os músicos usam como sonoridade principal a escala lídia b7 (ou mixolídia #4), quarto modo da escala menor melódica. (Clique na figura para visualizar.)
O tema exposto pelos sopros é um ótimo exemplo de economia de notas e boa condução de vozes, princípios essências para pensar harmonia no bandolim. Adaptando o tema para nosso instrumento, tiramos lições interessantes. (Clique na figura para visualizar.)
Nos oito primeiros compassos é fácil perceber como executar de forma inteligente acordes de seis notas usando apenas três cordas do bandolim. Com a mudança da posição dentro de um mesmo compasso é possível tocar todas as notas do acorde com um movimento confortável e condução elegante.
Nos quatro compassos finais, Miles opta por usar apenas duas notas para caracterizar o acorde. Obviamente ele escolhe a terça e a sétima (ver post Terças e sétimas), aproveitando os movimentos cromáticos entre as notas.
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Marcadores: acordes, escala, freddie freeloader, kind of blue, lídio b7, miles davis, modal
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Marilynn Mair, bandolinista completa
A bandolinista Marilynn Mair lança pela Mel Bay o método The Complete Mandolinist. Como o título diz, o livro se lança à tarefa de cobrir todos os aspectos do instrumento, do básico à interpretação. Além de exercícios dos mais variados (de trêmolo, velocidade, escalas, mudança de posições, etc.), o lançamento traz uma quantidade considerável de partituras para o instrumento, inclusive muitas composições eruditas escritas para bandolim, como o concerto em dó maior, de Vivaldi, e as sonatinas em dó maior e dó menor de Beethoven.
Interessante notar também o espaço dado à música brasileira. A bandolinista tem paixão pela nossa música (pelo choro em especial) e vivência com o Brasil, fazendo parte de um grupo de choro no Rio. Resultado disso é a inclusão de Nazareth, Anacleto, Chiquinha e Callado na seleção do repertório escolhido para o estudante.
Dividido em quatro partes (Básico, Mão esquerda, Mão direita, Exercícios de Coordenação e Musicalidade) e acompanhado de um cd com 38 faixas, o trabalho é recomendado para quem quer encarar o instrumento com seriedade e conhecer as técnicas de diversos estilos.
Onde comprar: Mel Bay
Marilynn Mair: site oficial
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Marcadores: método marilynn mair
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Frevo e acentuação
O frevo é um dos ritmos favoritos do carnaval e historicamente associado ao bandolim e à guitarra baiana, nossa irmã elétrica. Uma de suas principais características é a acentuação no contratempo, que lhe faz “saltitante” para alegria de dançarinos a mais de cem anos.
Os dois exemplos abaixo são de um compositor de frevos pouco ortodoxo, mas de genialidade incontestável: Egberto Gismonti. As acentuações estão marcadas com o sinal > . (Clique na figura para visualizar.)
Apesar de simples, acentuar o contratempo pode ser um exercício que exige concentração. No exemplo abaixo temos a escala de fá maior (tom das duas músicas acima). Normalmente usamos a palheta para baixo no tempo forte (ou na parte forte do tempo), ou seja, na primeira colcheia de um par. Com o auxílio de um metrônomo tente tocar mais forte a segunda colcheia, a tocada com palheta para cima. (Clique na figura para visualizar.)
Este “sotaque” não é exclusivo do frevo e pode ser aplicado em vários contextos (que o digam os jazzistas). Depois de conseguir firmar sua acentuação pra cima comece a usar este recurso para adicionar variedade rítmica a seus improvisos e veja o resultado.
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Marcadores: acentuação, exercício, frevo