quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Marilynn Mair, bandolinista completa


A bandolinista Marilynn Mair lança pela Mel Bay o método The Complete Mandolinist. Como o título diz, o livro se lança à tarefa de cobrir todos os aspectos do instrumento, do básico à interpretação. Além de exercícios dos mais variados (de trêmolo, velocidade, escalas, mudança de posições, etc.), o lançamento traz uma quantidade considerável de partituras para o instrumento, inclusive muitas composições eruditas escritas para bandolim, como o concerto em dó maior, de Vivaldi, e as sonatinas em dó maior e dó menor de Beethoven.

Interessante notar também o espaço dado à música brasileira. A bandolinista tem paixão pela nossa música (pelo choro em especial) e vivência com o Brasil, fazendo parte de um grupo de choro no Rio. Resultado disso é a inclusão de Nazareth, Anacleto, Chiquinha e Callado na seleção do repertório escolhido para o estudante.

Dividido em quatro partes (Básico, Mão esquerda, Mão direita, Exercícios de Coordenação e Musicalidade) e acompanhado de um cd com 38 faixas, o trabalho é recomendado para quem quer encarar o instrumento com seriedade e conhecer as técnicas de diversos estilos.

Onde comprar: Mel Bay
Marilynn Mair: site oficial

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Frevo e acentuação


O frevo é um dos ritmos favoritos do carnaval e historicamente associado ao bandolim e à guitarra baiana, nossa irmã elétrica. Uma de suas principais características é a acentuação no contratempo, que lhe faz “saltitante” para alegria de dançarinos a mais de cem anos.

Os dois exemplos abaixo são de um compositor de frevos pouco ortodoxo, mas de genialidade incontestável: Egberto Gismonti. As acentuações estão marcadas com o sinal > . (Clique na figura para visualizar.)



Apesar de simples, acentuar o contratempo pode ser um exercício que exige concentração. No exemplo abaixo temos a escala de fá maior (tom das duas músicas acima). Normalmente usamos a palheta para baixo no tempo forte (ou na parte forte do tempo), ou seja, na primeira colcheia de um par. Com o auxílio de um metrônomo tente tocar mais forte a segunda colcheia, a tocada com palheta para cima. (Clique na figura para visualizar.)



Este “sotaque” não é exclusivo do frevo e pode ser aplicado em vários contextos (que o digam os jazzistas). Depois de conseguir firmar sua acentuação pra cima comece a usar este recurso para adicionar variedade rítmica a seus improvisos e veja o resultado.