O frevo é um dos ritmos favoritos do carnaval e historicamente associado ao bandolim e à guitarra baiana, nossa irmã elétrica. Uma de suas principais características é a acentuação no contratempo, que lhe faz “saltitante” para alegria de dançarinos a mais de cem anos.
Os dois exemplos abaixo são de um compositor de frevos pouco ortodoxo, mas de genialidade incontestável: Egberto Gismonti. As acentuações estão marcadas com o sinal > . (Clique na figura para visualizar.)
Apesar de simples, acentuar o contratempo pode ser um exercício que exige concentração. No exemplo abaixo temos a escala de fá maior (tom das duas músicas acima). Normalmente usamos a palheta para baixo no tempo forte (ou na parte forte do tempo), ou seja, na primeira colcheia de um par. Com o auxílio de um metrônomo tente tocar mais forte a segunda colcheia, a tocada com palheta para cima. (Clique na figura para visualizar.)
Este “sotaque” não é exclusivo do frevo e pode ser aplicado em vários contextos (que o digam os jazzistas). Depois de conseguir firmar sua acentuação pra cima comece a usar este recurso para adicionar variedade rítmica a seus improvisos e veja o resultado.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Frevo e acentuação
Postado por
Fernando N. Duarte
Marcadores: acentuação, exercício, frevo
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6 comentários:
Eu costumo usar a palhetada pra baixo nos tempos fortes. Demorou um tempo pra entender e executar o processo, mas vale a pena, pois as frases ficam muito mais claras. Agora uma pergunta: Nesse caso do frevo, já que os acentos estão nos contratempos, porque não inverter a palhetada? No tempo 1 a palhetada seria pra cima e nos contratempos, onde rolam as acentuações, palhetadas para baixo. Será que funciona?
Olha, João, eu já pensei um bocado nisso. Acho que o ideal é você estar apto a fazer os dois. Não vejo problema nenhum em inverter a palheta, o que acho ruim é acostumar muito com a acentuação pra baixo e não conseguir fazer pra cima. Além disso, acho que o resultado é mais interessante acentuando pra cima. Tente os dois e diz o que você acha. Acho que desse jeito fica mais "saltitante" :)
Abraço.
Gostei disso aqui. Vou "favoritar"!
Mesmo que ainda não entenda acordes.
"Bobo" :)
perdoem a intromissão do guitarrista, mas na história da palhetada o Fernando tá certo: o lance é conseguir acentuar das duas formas. Passei pela mesma coisa, até parar e estudar muito com o metrônomo.
Parabéns pelo blog, Fernando.
Abraços pros músicos, todos!
Isso ae galera! Palheta deve, na minha opinião, ser estudada para ser usada em qualquer sentido, para se acentuar em qualquer tempo e para qualquer lado! hehehehe
Claro que dependendo da extenção ou da corda que começa uma frase, da afinação do instrumento, a opção por escolher começar palhetando para baixo ou para cima é necessária. Nem sempre se começa palhetando pra baixo! Outra coisa é que, naturalmente começamos sempre palhetando para baixo e, portanto, acentuando com essa direção da mão, mas é importante estudar bem lento para tirar o som desejado da frase e também para , em muitos casos, conseguir uma melhor desenvoltura em algumas frases.
Indico:
- Estudar com metrônomo as palhetadas e invertêlas;
- Estudar em colcheias, tercinas, semi-colcheias, quintinas, sextinas, septinas, fuas, etc... pois cada grupo, principalmente nas quiálteras, apresentará naturalmente uma obrigatoriedade em se alternar a palheta;
O mesmo com as acentuações, pegar os diversos grupos tempos e acentuar uma vez no primeiro tempo, depois no segundo, terceiro... depois no primeiro e segundo tempos, depois primeiro e terceiro, etc...
Assim explorando o máximo de possibilidades.
Depois, na hora de tocar um frevo fica moleza! Mas nem tão moleza assim! rsrsrsrsrs
Abração,
Rafael Ferrari
Caros companheiros de blog,
Seguem algumas reflexoes e utilizaçoes que aplico para a mao direita no uso do bandolim:
1)A palhetada virà em funçao da musica e a definiçao (p/baixo ou p/cima) deve ser igual a uma arcada de um violinista.
2)O movimento natural sendo p/baixo, obriga a um numero par de utilizaçao no caso das semicolcheias por exemplo. Quando o numero é impar (em levare, ou seja tempo fraco)convém neste caso das semicolcheias, começar para cima para que a mao direita retome seu ataque para baixo em batere (no tempo forte).
3)Outro detalhe é quando temos salto em cordas, as notas mais agudas devem ser tocadas para cima, pois assim ajuda a retomada do sentido natural do movimento do pulso(articulaçao fundamental do bandolinista).
4)Quando o andamento é lento, é indicado usar todas as palhetadas para baixo.
Sobre o método é importante pesquisar a bibliografia em outros paises, pois grandes musicos do passado deixaram tratados para bandolim como maestros do seculo XVIII, XIX, etc...
Boa sorte e um abraço!
Jorge Cardoso
www.musicexpress.com.br/jorgec
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